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  • Foto do escritorHeli Gonçalves Moreira

O Desejo em Pertencer

Contrariando a sabedoria popular, cuja crença é que qualquer ação impensada é passível de ser nomeada de instinto, à exemplo do feminino e materno, entre outros; nós seres humanos possuímos três tipos essenciais: o de comer, o de se reproduzir e o de pertencer.


E quando nos referimos a estes instintos, os dois primeiros dispensam qualquer explicação mais aprofundada, já que sabemos que se não nos alimentarmos, morremos, e se não nos reproduzirmos nossa espécie está fadada à extinção. O terceiro, inicialmente, estava voltado para a segurança e proteção que precisávamos para sobreviver. Entretanto, com o passar dos anos este foi se modificando e se traduzindo em uma necessidade de enquadramento social.


Atualmente, acredita-se que a necessidade de se sentir parte de algo maior é tão forte no desenvolvimento humano, que quando nos tornamos adolescentes isso ultrapassa até mesmo nossos laços sanguíneos, dando lugar aos amigos, tribos e afins.


No mundo corporativo não é diferente, desde o momento em que somos admitidos o que buscamos é um ajuste social. Assim, buscamos nos adequar à rotina, aos valores da empresa, à equipe, etc. Porém, nem sempre esta sensação de inclusão existe, já que não são raros os casos de empresas que somente se preocupam em estabelecer uma relação mais efetiva com seus funcionários em situações pontuais.


No momento em que a empresa não se mostra capaz ou disponível como uma referência de apoio, ela se torna suscetível à criação de novos grupos sociais, com novas regras e novos líderes, abrindo espaço para que seus funcionários queiram pertencer a outro grupo.


Os sindicatos são exemplos destes grupos que, por meio de mensagens atraentes aos olhos e ouvidos dos trabalhadores, conseguem captar cada reclamação, insatisfação ou sugestão e transformá-la em um objeto de desejo (ex: aumentos salariais, aumento dos benefícios etc.), atrativos suficientes para que todos queiram pertencer àquele círculo.


Uma vez conquistados, os funcionários, passam, muitas vezes, a recriminar o suposto adversário: a empresa.


Mas como ser o grupo que seus funcionários desejam pertencer?


Como prevenir possíveis conflitos trabalhistas decorrentes uma possível sensação de exclusão de seus funcionários?


Estas questões são amplamente discutidas, mas pouco trabalhadas no cotidiano das relações trabalhistas e sindicais.


Existem maneiras para desmobilizar o sentimento de exclusão e mostrar a realidade para o funcionário e, assim, diminuir a sedução exercida pelas entidades sindicais. Para que isso aconteça, a empresa deve ter uma boa gestão de pessoas em que as lideranças estão capacitadas a ouvir sua equipe e dar boas respostas, possuir uma boa comunicação, atitudes essas, a fim de mostrar que a segurança, a valorização e proteção de seus trabalhadores são, de fato, peças fundamentais para a empresa.


Por Giovana Calenzani

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