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  • Foto do escritorHeli Gonçalves Moreira

Os gestores como representantes da empresa na comunidade

Autores contemporâneos e modernos, com diferentes abordagens e visões sobre a sociedade, têm apresentado um consenso sobre o que vem a ser um modelo de regime capitalista moderno.

Neste sentido, a missão de um regime capitalista moderno deverá contemplar a busca permanente do equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais e políticos.

Destes, os dois primeiros têm a ver diretamente com a Empresa, considerando que o segundo é de responsabilidade de um segmento da sociedade. Sendo assim, compete à Empresa, representada pelos seus gestores, seus colaboradores e respectivos representantes legais, desenvolver um esforço conjunto visando obter e manter o equilíbrio entre os aspectos econômico, representado pelo Lucro e os aspectos sociais, representados pela contribuição à melhoria da qualidade de vida das pessoas.

No primeiro caso, para satisfazer os seus acionistas, pois do contrário, poderão carrear seus investimentos para outras localidades. No segundo, para satisfazer e motivar as pessoas que contribuem, direta ou indiretamente, para a obtenção do lucro e, ao mesmo tempo, são dependentes dos salários, dos benefícios e dos investimentos sociais da Empresa.

Estas premissas, simples e impactantes, não são muito difíceis de serem compreendidas e aceitas, até pela sua obviedade e pela clareza de que, sem investimentos em maquinários, tecnologia etc. e sem pessoas envolvidas e comprometidas, o negócio, qualquer que seja a sua natureza, não se sustenta e, portanto, não se pereniza.

A questão maior é remetida à representatividade das partes envolvidas num grande investimento, num grande negócio, ou seja, o Capital e o Trabalho. No âmbito das relações no trabalho, que ocorrem internamente, no cotidiano da Empresa, não há dúvidas quanto à representatividade legítima dos gestores, especialmente os de primeira linha, os líderes diretos das equipes nos diferentes turnos de trabalho.

Ainda no regime capitalista moderno, os colaboradores são legalmente representados pelos respectivos sindicatos laborais, cujas diretorias são democraticamente eleitas e investidas de mandatos com duração ao redor de três anos.

Entretanto, temos que enxergar a Empresa no contexto maior da comunidade onde opera. A comunidade, normalmente formada por uma vila ou um município, se desenvolve no entorno de um empreendimento, sendo, portanto, parte integrante deste, estabelecendo uma relação de troca contínua de recursos e benefícios diretos e indiretos.

A comunidade é constituída por outros empreendimentos, pelo poder público, por grupos representativos, como: Prefeitura, Câmara Municipal, outras empresas, entidades patronais, prestadores de serviços, Justiça do Trabalho, outros sindicatos, entidades sindicais, Organizações não Governamentais (ONG’s), Clubes etc.

Quanto maior a Empresa, maior o impacto sobre a comunidade e, como consequência, mais intensa a relação de troca. Por outro lado, a imagem da Empresa decorre não somente de suas ações, mas principalmente da forma como é percebida pelas pessoas que compõem a comunidade, das quais fazem parte os Colaboradores e os Gestores.

Estes últimos, Diretores, Gerentes, Supervisores etc., mesmo fora do expediente de trabalho, continuam sendo vistos como representantes do Capital, pois são os agentes das ações da Empresa. Portanto, a representação legítima da relação Capital – Trabalho não está restrita aos muros da Empresa, tendo a sua abrangência ampliada para a comunidade onde opera, cabendo aos Gestores assumir plenamente esta atribuição, contribuindo decisivamente para a premissa do capitalismo moderno – o equilíbrio entre o Lucro e o Social.

A representação da empresa deve ser exercida em todos os níveis da comunidade, portanto, uma tarefa impossível de ser desempenhada somente pelos Diretores da Empresa. Compete à Empresa sensibilizar, preparar e orientar os seus gestores para o papel de representantes do Capital, interna e externamente.

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